A Association for Progressive Communications lançou a publicação Global Information Society Watch (GISWatch, ou Observatório Global da Sociedade da Informação) durante o Internet Governance Forum, em Paris, no dia 13 de novembro.
A edição de 2018, que tem como foco redes comunitárias, é parte de um projeto de dois anos chamado “Community access networks: How to connect the next billion to the Internet”, implementado pela APC e a Rhizomatica, em colaboração com a Internet Society e com o apoio do International Development Research Centre (IDRC). O Instituto Nupef contribuiu com um dos artigos, relatando a experiência das redes comunitárias implementada pelo Nupef em comunidades quilombolas do Maranhão.
As redes analisadas provêem infraestrutura física de comunicação para comunidades e são geridas por elas. O acesso à Internet tornou-se um meio de comunicação vital para o exercício de direitos humanos fundamentais e para apoiar desenvolvimento humano, social e econômico. No entanto, à medida que a Internet se torna mais difundida, menos tem se ouvido sobre os desconectados, que não conseguem exercer seus direitos em pé de igualdade. Aqueles que não têm acesso são duplamente excluídos: excluídos do “novo” mundo da informação e da comunicação que a Internet traz, bem como excluídos do “antigo” mundo analógico a que eles costumavam ter acesso - ainda que de maneira imperfeita - já que muitos dos serviços e oportunidades estão disponíveis cada vez mais exclusivamente online.
Acabar com a exclusão digital não é uma simples questão de melhorar a cobertura dos serviços de banda larga móvel; é também necessário melhorar a cobertura e o preço de infraestrutura de redes locais e serviços de banda larga fixa e móvel, paralelamente à construção de habilidades técnicas e humanas para garantir confiabilidade, a capacidade de se implantar infraestruturas de redes locais com acesso aberto e baixo custo, e a capacidade de usar a conexão resultante desse processo em aplicações e conteúdo de interesse local para o benefício das comunidades.
A edição do GISWatch de 2018 foca em modelos de acesso local, especificamente redes comunitárias auto-organizadas, auto-geridas ou soluções desenvolvidas localmente, baseadas na convicção de que uma das chaves para a conectividade acessível é fornecer ferramentas e habilidades para que a população local supere seus próprios desafios de acesso.
A publicação apresenta 43 relatos de países com diferentes experiências e abordagens na implantação de redes comunitárias mundo afora. Eles mostram que algumas ideias centrais, como sistemas de governança participativos, apropriação comunitária e transferência de habilidades, bem como o espírito “faça você mesmo” que guia redes comunitárias em muitos contextos diferentes, são características que dão a elas uma abordagem e um propósito comuns.
Os relatos de países seguem um guia de 8 áreas temáticas, como quadro regulatório necessário para apoiar as redes comunitárias, sustentabilidade, conteúdo local, infraestrutura feminista, e a importância de estar ciente das histórias da comunidade e das estruturas de poder que existem nessas histórias.
Veja aqui a publicação (em inglês), e o livro anexo em PDF e em formato e-book abaixo.
Veja aqui a notícia em inglês sobre o lançamento da publicação.