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TV Digital

Português, Brasil

A Televisão Digital é uma plataforma de comunicação muito diferente da TV convencional, analógica. Além de proporcionar uma melhoria na qualidade de imagem, a TV digital se caracteriza por otimizar o uso do espectro, comprimindo a transmissão de maneira a aumentar enormemente a quantidade de canais disponíveis. Além disso, torna-se possível a multiprogramação, ou seja, que se transmita em um mesmo canal várias programações. Outra característica importante é o fornecimento de novos serviços, sobretudo por meio da Interatividade, que torna este meio predominantemente unidirecional em uma plataforma de comunicação bidirecional, que pode se utilizar de um canal de retorno para interagir com a programação, com outros usuários, e mesmo para acessar à Internet.

As pesquisas sobre o Sistema Brasileiro de TV Digital representam um marco no desenvolvimento da Ciência e Tecnologia nacionais. Desde o projeto Genoma a academia brasileira não era mobilizada com tamanho êxito visando apresentar soluções tecnológicas de interesse do país.

Os primeiros testes de Televisão Digital no Brasil datam dos anos de 1990, quando algumas instituições brasileiras começaram a avaliar os sistemas de transmissões de sinais de televisão em operação no mundo, tendo como objetivo definir qual deles poderia servir de base para um sistema nacional. Chegou-se mesmo a cogitar o desenvolvimento integral do que seria um “padrão brasileiro”, mas o contexto da globalização das economias, com a intensificação das trocas tecnológias, levou a considerar qual dentre os sistemas existentes seria mais adequado à realidade brasileira. Em 1999, foi firmado o termo de cooperação técnica com o CPqD (www.cpqd.com.br) que oficializou o começo das pesquisas sobre o padrão de transmissão digital a ser adotado no Brasil. Em 2003, um comitê formado pela Anatel e pelo CPqD recebeu a tarefa de escolher e desenvolver o sistema no qual transmissões de TV Digital seriam baseadas, ficando responsável pela gestão do grande consórcio de Instituições de Pesquisa, que receberia o aporte de mais de 60 milhões de reais para consolidar a escolha e dar início à implementação do SBTVD no país.

Em 2006, com a publicação do Decreto 5.820, de 29 de Junho, ficou estabelecido que o Sistema Brasileiro de Televisão Digital seria baseado no padrão japonês conhecido como ISDB-T, uma abreviação para Transmissão Digital Terrestre de Serviços Integrados. Diferentemente dos padrões ATSC, utilizado na América do Norte, que valorizava sobretudo a alta-definição, sem permitir a recepção móvel, e o DVB-T, utilizado na Europa, operando no intervalo de 8MHz, o padrão japonês ISDB-T foi escolhido como o formato da TV Digital brasileira por oferecer características como estabilidade de sinal para dispositivos móveis e deter uma recepção superior na recepção dentro de edifícios. Como contra-partida para facilitar a adoção, o governo japonês isentou o brasileiro do pagamento de royalties pelo uso da tecnologia eleita.